quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Crônica do Amor, de Arnaldo Jabor


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Ditados pupulares, nem tão populares!!!


Quem ri por último... é retardado.
Alegria de pobre... é impossível.
Quem com ferro fere... não sabe como dói.
Devo, não pago... nego enquanto puder.
Gato escaldado... morre.
Quem espera... sempre cansa.
Quando um não quer... o outro insiste.
Os últimos... serão desclassificados.
Carro a álcool... você ainda vai empurrar um.
Há males... que vêm para o pior.
Quem dá aos pobres... paga a conta do motel.
Depois da tempestade... vem a gripe.
Devagar... nunca se chega.
Boca fechada... não fala.
Quem cedo madruga... fica com sono o dia inteiro.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

GOLDEN HOUR - Grey's Anatomy 7x15

              
            Quantas coisas consegue realizar em uma hora? Executar uma terefa? Ficar no trânsito? Trocar o óleo do carro? Quando se pensa nisso, uma hora não é muito tempo. 60 minutos. 3.600 segundos. Apenas isso. Mas em medicina 1 hora é tudo. Chamamos de Golden Hour.
             A mágica janela do tempo que indica se o paciente vive ou morre. Uma hora. Uma hora pode mudar tudo para sempre. Uma hora pode salvar a sua vida. Uma hora pode fazê-lo mudar de ideia. Às vezes, uma hora é um presente que damos a nós mesmos. Para alguns, uma hora não significa quase nada. Para outros, uma hora faz toda a diferença do mundo. Mas no fium continua sendo uma hora, uma de várias mais que virão. 60 minutos. 3.600 segundos. Apenas isso. E tudo recomeça.
             E quem sabe o que a próxima hora pode trazer?


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O incomum do comum de mim


Nas ondas desta viagem
Meu destino de perde.
Tento encontrar o meu caminho
Cruzo avenidas e vejo caos
Horizontes além daqui
Levam-me ao delírio
Ficar ou me esvair?
Lutar ou sempre desejar?
Confessar ou encobrir?
São as estradas de nossa vida
Pedras, faixas, limites.
Poucos olhares de certeza.
Medo da solidão, do isolamento
Tentar ser mais que a vontade de vencer
Ser maior que o objetivo de ser alguém
De conquistar seu mundo
Sendo parte dele...
A dúvida permanece
O ditado arde duvidoso
Para mim, é insegurança porque
Temos que trocar o certo
Pelo talvez mais certo ainda
O bom pelo melhor
O tumulto pela paz
Meu mundo pelo nosso querer...

Saudoso Tim... saudosa verdade...



"É engraçado, às vezes a gente fica pensando que está sendo amado e que está amando. Que encontrou tudo o que a vida poderia oferecer, e em cima disso, a gente constrói nossos sonhos, nossos castelos e criamos um mundo de encantos onde tudo é belo... Até que a pessoa que a gente ama vacila e põe tudo a perder..."

Tim Maia

Já aconteceu com algum de vocês? Vacilos, decepções? Comum isso, né?

Remember us - Aqualung

 

Esta música faz parte do 19º episódio (Sympathy for the parents) da 6ª temporada de Grey's Anatomy. Um episódio lindo com um dos casais mais bonitos do seriado: Callie e Arizona Robbins!

Remember Us

Baby, don't talk
Don't say anything
No need to say anything
'Cause, lately, when we talk
We just spin it around
So tonight
Why don't we just settle down?

Let our shadows show us what to do
What to be
And in the hush
Remember us

Skin across my skin
Do you feel a thing?
Darling...
Will you know me now?
In this remembering
Remembering how we used to be
Remind how we're supposed to be

And then, as one, we come undone
And we find
As a soul
We intertwine
And we find
That in the hush
Remember us

Remember
Darling, I...

Baby, don't talk
Don't say anything
No need to say anything
'Cause lately when we talk
We just spin it around
So tonight just settle down

Inocência quase sem querer...

             

               Uma criança simples e inocente, um jardim intocável que é, muitas vezes, castrado por ser frágil. Ela não tem o direito a se libertar por não conhecer a si mesmo, por estar presa aos laços maternais.
               O jardim cresce e o mundo invade, destrói-o com suas péssimas expectativas da vida. É um jardim amedrontado pelos caminhos sombrios que roubam sua liberdade, por ser ainda um pequeno rebelde.
               A aurora se aproxima, o outono já derrubou as flores, perdemos os sentidos e já não temos mais tempo para aproveitar a colorida fase da vida, fase passageira como a própria vida, incerta!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Parece, mas elas não nos levam...




"Eu gosto de ver a chuva, de olhar a água escorrer. O tempo pesa, sombreia, sentindo a renovação daquilo que não mais volta, do escorrer da água levando a sujeira que nos rodeava, de sentir a renovação gota a gota do que vejo e sinto. O sentimento é sólido? Pergunto-me. Talvez, por pouco tempo, mas se deteriora, adapta-se ao meio, às cálidas variações da natureza, fazendo marcas no tempo.
O cair das águas faz-me perceber que tudo muda, e tem que mudar. As pessoas se transvestem feito sal como se fossem sumir, dissolver ao serem atingidas por água. É uma proteção simples, querem sumir do mundo, o que é mais fácil, mas não conseguem sumir de si mesmo."