domingo, 20 de fevereiro de 2011

Chuvas de solidão



Eu gosto de ver a chuva , de olhar a água escorrer. O tempo pesa, sombreia, sentindo a renovação daquilo que não mais volta, do deslize da água levando a sujeira que nos rodeava. De sentir a renovação gota por gota do que vejo, do que sinto. O sentimento é sólido, mas é só impressão, deteriora-nos, adapta-se às marcas da natureza de nosso tempo.
O cair das águas fez-me perceber que tudo muda, e que precisa mudar. As pessoas se transvestem de sal e sol, como  e fossem sumir e consumir, dissolvidas ao serem atingidas por águas. Todos correm para se proteger do simples, do que é inevitável, que é sentir a vida!
Gosto da chuva por ser apenas natureza, ação que não depende de nós. Ou deveria não gostar?? Sei lá, não podemos controlá-la! Atrapalha nossos planos, faz-nos mudar rapidamante de atitude. É quase imprevisível, isso reflete tb no fato que não controlamos o que vem da natureza: o sentimento humano, por exemplo.
A chuva me lembra sempre que somos mutáveis, escuremos os outros, machucamos os próximos com lágrimas, fazemos sentir arrepios e medos, mas passa, como toda tempestade, passa. Passa e enxugamos a dor, a face e nossa porta pra podemos sair e ver o que restou, o que mudou para partimos pra um novo dia, até que venham outras renovações repentinas para nos lembrarmos que ainda somos nuvens...

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