sábado, 8 de agosto de 2009

A bagagem das adaptações diárias

Ah, como é chato tentar se adaptar às mudanças. Não me refiro apenas às cotidianas, como trocar de óculos ou com aquele seu cd que está arranhado. Sempre considero difícil é adaptar-me ao que as circunstâncias ingratas que o tempo e a vida nos impõem.

Não sou muito fã do sofrimento, por mais que tenha sido uma adaptação já tolerável. Ontem foi fácil quando se chega ao hoje. Ontem foi um sim, hoje disponho de um não. Nesse embate de palavras com palavras, sempre ficam aquelas que são mudas, ouvem bem, mas são surdas, incapazes, sem coragem de se revelar seu som. Sei que elas não dizem nada, mas a mim tracejam um rumo de angústias que podem ser demonstradas em simples balançares de mãos, em singelos cumprimentos diários dizendo que a vida está passando e eu fico sempre nas frestas de olhares recatados, promíscuos.

Agrada-me, no entanto, que viver será sempre um ensinamento. Por mais que já tenhamos aprendido o valor de nossos sonhos, que não são fantasiosos sempre, encontrar-se com uma realidade que nos deixa confortáveis diante de nós mesmo, já é um grande consolo.

Sempre terei óculos para me acostumar, livros perdidos que encontrarei e pensarei o quanto fui ridículo em desprezá-lo, filmes que não pude ver no cinema, mas, essencialmente, haverei de buscar todas as coisas que me fazem bem, que me fazem sair à noite ou ficar em casa diante dos sons de minhas memórias!!!



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